Já andaram me perguntando o que vou fazer no
Dia dos Namorados.
Bom... nada: não tenho namorado. (Até que
porque gente não se tem.)
Mas existe sim uma pessoa que eu amo.
Essa pessoa é um ser independente, livre para
beijar (e jogar vídeo game), transar (e cozinhar), amar (e fazer ioga) com quem
ela quiser.
Ela não tem compromisso algum comigo, com
exceção dos compromissos fluidos que decorrem da amizade e do afeto
compartilhados.
Ela me acompanha em muitos momentos e não em
outros.
Quando está comigo, é sempre lindo.
Quando não está, duas coisas acontecem:
Em primeiro lugar, sou feliz de outras
maneiras, com outras pessoas, fazendo outras coisas. Embora eu a ame, não
preciso dela para ser feliz. E nem ela de mim. Isso é libertador e mágico.
Em segundo lugar, confirmo ainda mais que a
amo. Sinto falta das suas gordurinhas protuberantes do quadril, do seu jeito de
bizarro, de sentir a respiração até ela dormir, de ser acusado de romantismo e
frescura quando escrevo textos como esse.
Então, quando ela escolhe voltar, sem que
nenhum compromisso ou obrigação nos una, quando poderia estar em qualquer lugar
fazendo qualquer coisa com qualquer um, eu me sinto amada, mesmo que ela negue.
(Não acredito no que as pessoas dize, acredito no que elas fazem. Se ela diz que não me ama mas se comporta como se amasse, então,
na prática, na realidade, do modo mais concreto possível, ela ama. E isso vale
pra tudo.)
Priscilla Cardoso
Priscilla Cardoso
2 comentários:
Genial o texto e admirável esse seu talento para escrita.
Postar um comentário