Páginas

Gravidade

Por acaso, passeando pelas configurações do Google, vi esse blog no qual eu escrevia diariamente (ou tentava) anos atras.
Bateu a vontade de voltar a escrever. Como não sou de me abrir muito para o mundo por sempre achar que estou incomodando, escrever é meu meio de externalizar tudo o que eu sinto.
Atualmente tenho 28 anos e muita história pra contar por aqui. Muita coisa pra atualizar.
Fazem 5 anos desde a minha última publicação aqui. Amadureci bastante de 2014 pra cá. Aprendi algumas coisas sobre a vida, mantive alguns outros pensamentos... Sei lá, de certa forma eu sou uma nova Priscilla Cardoso.
Só pra atualizar, hoje em dia moro em São Paulo. Me mudei pra cá em 2017 e minha vida mudou totalmente.
Iniciei um relacionamento depois do último relacionamento que tive (que foi extremamente conturbado) e olha que curioso, meu último relacionamento durou 2 anos e 2 meses e foi tão conturbado quanto o anterior. Me deixou algumas sequelas diferentes do anterior mas que me prejudicam tanto quanto.
Trabalho em uma empresa muito foda mas que está passando por um momento muito ruim.
Foi nessa empresa super foda que eu posso dizer que conheci a melhor pessoa da minha vida. No dia 26 de Fevereiro de 2019.
Ah, mas aí vcs vão pensar "mimimi, a gente sempre acha que é a melhor pessoa... mimimi".
Gente, sério, eu já namorei algumas vezes (3 pra ser mais específica) e ele... Ah ele... Ele é um homem incrível.
Curiosamente ele é mais novo que eu (4 anos), mas é de uma maturidade que eu nunca vi igual. Parece que ele tem 28 e eu 24 (ou talvez menos).
Ele me ensinou muita coisa, muita coisa mesmo. Todo dia era um ensinamento diferente, uma experiência nova, uma sensação incrível....
Ando meio bad. Meio não, totalmente.
Algo sempre me traz de volta a ele e isso não demora muito.
Não importa o que eu diga ou faça, ainda sinto tudo até o momento que me afasto.
Ele me segura sem me tocar e me prende sem correntes.
Eu nunca quis tanto algo quanto afundar nele e não sentir uma gota de chuva ou sentir a água do oceano.
Gostaria que me libertasse, que me deixasse ser.
Gostaria de não cair sempre nessa gravidade
Aqui estou eu, tão erguida e confiante, exatamente como deveria estar (ou penso estar)
Mas a verdade é que ele está em mim e por toda parte de mim, e até no meu cheiro ele está.
Seria eu uma pessoa frágil pensando ser forte?
Talvez isso seja um meio de dissipar tudo o que me faz sentir.
Mas se ele me toca, se ele me olha fixamente por um pequeno instante, se ele me faz um carinho... Toda a minha força frágil se vai em fração de segundos.
Ele não é aliado e nem inimigo, mas eu simplesmente não consigo deixa-lo ir, ou me deixo ir.
A única coisa que ainda sei é que ele me deixou pra baixo algumas vezes. Nenhuma delas foi motivo pra eu me sentir infeliz.
O fato de nunca ser boa o suficiente para agradá-lo me corrói o estômago feito úlcera.
Um amor e um ódio.
Uma paixão e uma loucura.
Um bem e um mal.
É... ele está em mim e por toda a parte de mim.

Os barulhos de tambor que ele me causa

Há um barulho de tambor dentro da minha cabeça que começa toda vez que ele está por perto ou quando eu vou ao encontro dele.

Eu acho que ele poderia escutar, pois faz um som todo poderoso.

Um barulho na minha cabeça que me joga no chão. Mais alto que sirenes. Mais alto que sinos. Mais doce que o paraíso. E mais quente que o inferno.

Eu mentalmente, tento dissipar tudo isso, corro para a torre onde os sinos da igreja soam na esperança de que eles limpem minha mente de todo aquele barulho de nervosismo.

Eles deixaram chiado nos ouvidos e aquele tambor continua batendo alto e claro.

Enquanto movimento meu pé em direção a ele, eu posso ouvir essa batida enchendo a minha cabeça e ficando mais alto e mais alto.

E eu mentalmente corro para um rio imaginário e mergulho bem fundo

Rezo pra que a água afogue o ruído que ele provoca quando está comigo.

Mas enquanto a água enche minha boca

Ela não consegue lavar os ecos

Eu engulo o som e ele me engole inteira

Até que não haja nada mais dentro da minha alma

Tão vazia quanto a batida seca, mas o som começa de novo.
Descobri que o som desse tambor é o som do medo.
O medo de perdê-lo!