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Sobre corações digamos que partidos rs

Sim, é possível viver sem que ninguém nunca te decepcione ou te machuque. Basta se preservar o tempo todo. Não deixar ninguém se aproximar muito, não demonstrar muito o quanto quer algo ou alguém, não viver muito. Pronto. Você vai ser aquele tipo que todo mundo comenta: Impressionante. Fulano tá sempre bem.Agora a pergunta: em nome de que? Qual é a necessidade de viver se preservando, sem pagar para ver, sem viver coisas que não estavam no script? Isso não é um manifesto pela dor-de-cotovelo e pela fossa. O-dei-o. É só uma maneira simples de ver as coisas quando você já passou por elas. Antes viver uma grande decepção do que não viver nada. Mil vezes administar uma cara quebrada do que viver com o rostinho bonito intacto, imaginando como seria algo que você nunca moveu um músculo para ver acontecer.E depois de se aventurar e viver algumas novelas mexicanas, acontece um fenômeno muito bacana. O coração se parte como um prato Duralex. Em milhares de pedacinhos sem ponta. É assustador, você fica catando os caquinhos por um tempo, mas sabe que eles não machucam mais e tira de letra. Ou quase.

Beleza exótica

Quando a gente vê uma pessoa bonita, mas bonita mesmo, daquelas que dá vontade de cutucar alguém e mostrar “olha que linda”, essa pessoa é bonita e ponto. Acontece que não existem muitas pessoas bonitas e ponto por aí. Então alguém inventou subcategorias para as belezas que não são bonitas e ponto sejam aceitas do jeito que elas são. Eu sou freqüentemente incluída na subcategoria “beleza exótica”. Esse exótica é o jeito carinhoso e isento de definir uma beleza que necessita de muitas explicações para ser descrita. Uma beleza e dois pontos. Falam que eu tenho um “nariz marcante”. Ele é pequeno. Poderia dizer que é grego, mas isso é mais bacana de imaginar num homem, então esquece. Outra que eu já ouvi: você tem um “rosto multiétnico”. Ele não é grego como o meu nariz, mas poderia ser árabe, espanhol se eu colocar uma rosa vermelha atrás da orelha, indiano com um bind entre as sobrancelhas. Também passo fácil por cubana e nordestina. Meus cabelos também não fazem parte do padrão escorrido ou levemente-louro-e-ondulado-a-la-gisele. São castanhos escuros, nem liso e nem cacheado e, quanto mais volumosos, mais eu gosto. Sempre fui cheinha, mas não muito. Me olho todos os dias no espelho e sei que meu corpo já foi melhor, mas não muito. Nunca malhei de verdade e tudo parece estar no seu devido lugar, mas não muito.
Enfim, sou uma mulher de 19 anos com uma beleza exótica, um nariz marcante, um rosto multiétnico, cabelos volumosos e meio ondulados.
Sei lá, me deu vontade de escrever isso devido a um comentário escutado ontem dizendo q minha beleza é exótica rs